"Raphaela" travesti ativista é executada com 3 tiros na cabeça em Vitória da Conquista
Importante articuladora das causas LGBTs no sudoeste do estado, Raphaela foi coordenadora do Coletivo Finas de travestis e transexuais e trabalhou na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), contratada depois de seleção pública. Ela dava aulas de cabeleireira para mulheres inscritas no programa Bolsa Família.
Esse é o segundo caso de assassinato de travesti que acontece na cidade em uma semana. No dia 7 de novembro duas travestis foram atacadas na nas proximidades do Anel Rodoviário Jadiel Matos Leste. Elisângela foi atingida na região da cabeça e morreu no local. Já a segunda travesti, conhecida como Duda, sobreviveu e disse à polícia que os assassinos filmaram toda ação.
Por meio de nota, a Coordenação Municipal de Políticas de Promoção da Cidadania e Direitos de LGBT informou que vai acompanhar as investigações e que lamenta profundamente as mortes de Raphaela Souza e de Elisângela.
“A Coordenação Municipal de Políticas de Promoção da Cidadania e Direitos de LGBT lamenta profundamente as mortes de Raphaela Souza (ocorrido na noite desta quarta, 14, no bairro Miro Cairo) e de Elisângela (ocorrido no último dia 7). Aos 32 anos, Raphaela era uma das principais militantes das causas LGBT em Vitória da Conquista e, atualmente, coordenava o Grupo Social Coletivo Finas de Travestis e Transexuais. Em tempo, a coordenação informa que está acompanhando os dois casos e acredita no trabalho sério e competente da Polícia para esclarecer os crimes”, afirmou a coordenação, em nota.
O Me Salte tentou contato com a Delegacia de Homicídios em Conquista, mas não teve retorno até o momento da publicação dessa reportagem.
Através das redes sociais, ao longo dia, a comunidade LGBTQIA+ da Bahia tem manifestado pesar pela morte da ativista.
A dor e a impotência me fazem calar diante do frio assassinato de Raphaela Souza Até quando Brasil? (Keila Simpson, pelo Facebook)
Flutue, amiga! Seu legado de amor e respeito será honrado. A Bahia é o segundo estado no ranking de mais vítimas pela transfobia, com 12 assassinatos em 2018, contado com a ativista e conselheira estadual LGBT Raphaella Souza. Por sua memória, o compromisso na luta se renova. Que seu trajeto seja de luz. Nós te amamos. (Vinícius Zacarias, pelo Facebook)
Sabe quando faltam as palavras? Quando elas deixam de fazer sentido e o desespero tira você do lugar, do centro e vc não sabe se sofre, se corre, ou se para. Assim que estou me sentindo. Ontem foi Raphaela Souza e o medo não vai me paralizar, pq tenho que seguir. Mas ele está aqui. Temos que nascer todos os dias. Re-elaborar. Perdemos uma grande mulher na história da Bahia. Que Orun receba! No dia que Xangô começar a cobrar cada gota de sangue, não terá embarcação que carregue. (Diego Pereira, pelo Facebook)
Na madrugada de ontem a nossa querida Raphaela Souza foi assassinada. Travesti, de Vitória da Conquista, militante dos direitos humanos, conselheira do Conselho Estadual LGBT da Bahia teve sua vida ceifada com 3 tiros na cabeça! Tem quem diga que depois das eleições a poeira baixa, ou que o ódio diminuiria e “voltaríamos a normalidade”. E o Estado de exceção continua em curso, cada vez pior. Raphaela presente! (Petra Perón, pelo Facebook)
Photo Jornalismo/Com informações do Correio24
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